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Vim Personalizado: Configurando seu .vimrc

Vim Personalizado: Configurando seu .vimrc

Introdução

O Vim é conhecido por sua flexibilidade e poder de personalização. No coração dessa capacidade está o arquivo .vimrc, um script que o Vim lê a cada inicialização para configurar seu ambiente de trabalho. Dominar o .vimrc é essencial para transformar o Vim de um editor de texto básico em uma ferramenta altamente otimizada e adaptada às suas necessidades específicas, seja você um desenvolvedor, um escritor ou um administrador de sistemas.

Neste tutorial, vamos explorar como criar e gerenciar seu arquivo .vimrc, as configurações essenciais para aumentar sua produtividade, como criar mapeamentos de teclas personalizados e como estender ainda mais as funcionalidades do Vim com temas e plugins.

O Coração do Vim: O Arquivo .vimrc

O .vimrc (Vim Runtime Configuration) é o arquivo de configuração principal do Vim. Ele contém uma série de comandos e configurações que são executados sempre que o Vim é iniciado. É aqui que você define suas preferências, atalhos personalizados, e carrega plugins para estender as funcionalidades do editor.

O que é o .vimrc e sua importância

O .vimrc é um arquivo de texto simples que o Vim interpreta como um conjunto de instruções. Sua importância reside na capacidade de:

  • Personalização: Adapta o comportamento do Vim ao seu estilo de trabalho, desde a aparência visual até a forma como ele lida com a indentação do código.
  • Produtividade: Permite automatizar tarefas repetitivas através de mapeamentos de teclas e comandos personalizados, economizando tempo e esforço.
  • Consistência: Garante que seu ambiente Vim seja o mesmo em diferentes máquinas, bastando copiar seu .vimrc.
  • Extensibilidade: É o ponto de entrada para a instalação e configuração de plugins, que adicionam funcionalidades avançadas ao Vim.

Localização do arquivo (~/.vimrc)

Por padrão, o Vim procura o arquivo .vimrc no diretório home do usuário. No Linux e macOS, o caminho mais comum é ~/.vimrc. No Windows, pode ser _vimrc no diretório de instalação do Vim ou no diretório home do usuário (geralmente C:\Users\SeuUsuario).

Se o arquivo não existir, você pode criá-lo. O Vim simplesmente usará suas configurações padrão até que você forneça um .vimrc.

Como editar e recarregar o .vimrc (:source ~/.vimrc)

Você pode editar seu .vimrc como qualquer outro arquivo de texto no Vim. Para abri-lo diretamente do Vim, você pode usar:

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:e ~/.vimrc

Após fazer alterações no seu .vimrc, você não precisa sair e reabrir o Vim para que as mudanças tenham efeito. Você pode recarregar o arquivo usando o comando source:

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:source ~/.vimrc

Ou, de forma mais concisa, você pode usar o atalho so:

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:so %

O % é um atalho para o nome do arquivo atual, então se você estiver editando o .vimrc, :so % recarregará o próprio arquivo de configuração. Isso é extremamente útil para testar novas configurações rapidamente.

Estrutura Básica e Comentários

Um arquivo .vimrc bem organizado é crucial para a manutenção e compreensão de suas configurações. Mesmo que inicialmente seu .vimrc seja pequeno, é uma boa prática começar a organizá-lo desde o início.

Organização do arquivo em seções

É altamente recomendável dividir seu .vimrc em seções lógicas. Isso facilita a localização de configurações específicas e a adição de novas. Algumas seções comuns incluem:

  • Configurações Gerais: Opções básicas que afetam o comportamento geral do Vim.
  • Aparência: Configurações relacionadas a cores, fontes e barra de status.
  • Mapeamentos de Teclas: Atalhos personalizados.
  • Plugins: Configuração e carregamento de plugins.
  • Configurações Específicas de Linguagem: Opções que se aplicam apenas a determinados tipos de arquivo (ex: Python, JavaScript).

Você pode usar comentários para delimitar essas seções, tornando o arquivo mais legível.

Como adicionar comentários

No Vimscript (a linguagem de script do Vim), os comentários começam com aspas duplas ("). Tudo o que segue as aspas duplas na mesma linha é ignorado pelo Vim. Isso é útil para adicionar notas, explicar o propósito de uma configuração ou desativar temporariamente uma linha.

Exemplo:

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" Esta é uma linha de comentário
" Configurações gerais
set nocompatible " Desativa o modo de compatibilidade com vi

" Configurações de indentação
set tabstop=4    " Define o tamanho de um tab para 4 espaços
set shiftwidth=4 " Define o número de espaços para indentação automática
set expandtab    " Converte tabs em espaços

Manter seu .vimrc limpo e bem comentado é uma prática que o beneficiará a longo prazo, especialmente à medida que suas configurações se tornarem mais complexas. Isso não só ajuda você a entender suas próprias configurações no futuro, mas também facilita para outros (ou para um futuro você) entenderem o que cada linha faz. É como escrever código: um bom comentário é um investimento na clareza e na manutenibilidade. [1]

[1] https://www.freecodecamp.org/news/vimrc-configuration-guide-customize-your-vim-editor/

Configurações Essenciais para Produtividade

Compreender e aplicar as configurações corretas no seu .vimrc pode transformar drasticamente sua experiência com o Vim, tornando-o mais eficiente e agradável de usar. Vamos explorar algumas das configurações mais importantes e amplamente utilizadas.

Números de linha: set number, set relativenumber

Exibir números de linha é fundamental para navegação e referência. O Vim oferece duas opções principais:

  • set number: Exibe números de linha absolutos no lado esquerdo da janela. Útil para saber exatamente em qual linha você está.
  • set relativenumber: Exibe números de linha relativos à posição do cursor. O cursor estará na linha 0, a linha acima será 1, a abaixo 1, e assim por diante. Isso é incrivelmente útil para movimentos rápidos com comandos como d5j (deletar 5 linhas para baixo) ou y2k (copiar 2 linhas para cima), pois você não precisa calcular a diferença. Quando relativenumber está ativo, number é automaticamente desativado, mas você pode ter ambos ativos (set number relativenumber) para exibir o número absoluto da linha atual e números relativos para as outras.

Exemplo no .vimrc:

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set number
set relativenumber

Indentação: set tabstop, set shiftwidth, set expandtab, set autoindent, set smartindent

Configurações de indentação são cruciais para a legibilidade do código e para manter a consistência em projetos. [2]

  • set tabstop=[número]: Define quantos espaços um caractere de tabulação (\t) representa. O padrão é 8, mas 2 ou 4 são mais comuns em programação.
  • set shiftwidth=[número]: Define o número de espaços para cada nível de indentação ao usar comandos como >> (indentar linha) ou ao auto-indentar.
  • set expandtab: Converte todos os caracteres de tabulação digitados em espaços. Isso é altamente recomendado para a maioria dos projetos de programação, pois evita problemas de inconsistência de indentação entre diferentes editores e sistemas.
  • set autoindent: O Vim copia a indentação da linha anterior para a nova linha. Isso é útil para manter a estrutura do código.
  • set smartindent: Uma versão mais “inteligente” do autoindent, que tenta adivinhar a indentação correta com base na sintaxe da linguagem (por exemplo, após um { em C/Java, ele adiciona uma indentação extra).

Exemplo no .vimrc:

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set tabstop=4
set shiftwidth=4
set expandtab
set autoindent
set smartindent

Realce de sintaxe: syntax on, set t_Co=256

O realce de sintaxe é essencial para programadores, pois torna o código mais legível e ajuda a identificar erros. [3]

  • syntax on: Ativa o realce de sintaxe. O Vim tentará detectar o tipo de arquivo e aplicar as regras de realce apropriadas.
  • set t_Co=256: Informa ao Vim que seu terminal suporta 256 cores. Isso permite que os esquemas de cores (colorschemes) exibam uma gama muito maior de cores, resultando em um realce de sintaxe mais rico e visualmente agradável. Se o seu terminal não suportar 256 cores, o Vim fará o melhor para mapear as cores para as 8 ou 16 cores disponíveis.

Exemplo no .vimrc:

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syntax on
set t_Co=256

Melhorias na interface: set showcmd, set showmode, set cursorline, set wildmenu

Essas configurações aprimoram a experiência visual e fornecem feedback útil:

  • set showcmd: Exibe o comando parcial que você está digitando no canto inferior direito da tela. Por exemplo, se você digitar d, ele mostrará d e esperará pelo próximo movimento. Útil para lembrar o que você está prestes a fazer.
  • set showmode: Exibe o modo atual do Vim (INSERT, VISUAL, etc.) no canto inferior esquerdo da tela. Isso ajuda a evitar confusões sobre em qual modo você está.
  • set cursorline: Realça a linha onde o cursor está posicionado. Facilita a visualização da linha atual, especialmente em arquivos grandes.
  • set wildmenu: Melhora o autocompletar na linha de comando. Quando você começa a digitar um comando e pressiona Tab, ele exibe uma lista de opções em uma barra na parte inferior da tela, como um menu de seleção.

Exemplo no .vimrc:

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set showcmd
set showmode
set cursorline
set wildmenu

Busca: set ignorecase, set smartcase, :noh (relembrar)

Configurações de busca tornam a localização de texto mais eficiente:

  • set ignorecase: Faz com que as buscas sejam insensíveis a maiúsculas e minúsculas por padrão. vim encontrará Vim, VIM, etc.
  • set smartcase: Funciona em conjunto com ignorecase. Se ignorecase estiver ativo e você incluir qualquer letra maiúscula na sua busca, smartcase fará com que a busca se torne sensível a maiúsculas e minúsculas. Isso é ideal: buscas em minúsculas são insensíveis, buscas com maiúsculas são sensíveis.
  • :noh (no highlight): Embora não seja uma configuração do .vimrc, é um comando importante para lembrar. Após uma busca, o Vim realça todas as ocorrências. Para desativar esse realce, use :noh ou mapeie uma tecla para ele.

Exemplo no .vimrc:

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set ignorecase
set smartcase

Salvamento automático e recuperação: set autoread, autocmd FocusGained,BufEnter * checktime

Essas configurações ajudam a manter seu buffer atualizado com as alterações externas e a recuperar arquivos em caso de falha:

  • set autoread: Faz com que o Vim detecte automaticamente se um arquivo aberto foi modificado por um programa externo e o recarregue. Útil quando você está editando o mesmo arquivo em outro editor ou quando um processo externo o modifica.
  • autocmd FocusGained,BufEnter * checktime: Este é um comando mais avançado. autocmd (autocommand) executa um comando automaticamente quando um evento específico ocorre. Neste caso, FocusGained (quando o Vim ganha foco) e BufEnter (quando você entra em um buffer) disparam checktime, que verifica se o arquivo no disco foi modificado. Isso garante que você esteja sempre trabalhando com a versão mais recente do arquivo.

Exemplo no .vimrc:

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set autoread
autocmd FocusGained,BufEnter * checktime

Essas são apenas algumas das muitas configurações que você pode aplicar. O segredo é experimentar e encontrar o que funciona melhor para o seu fluxo de trabalho. Lembre-se de que cada linha no seu .vimrc contribui para a experiência geral do Vim, então escolha sabiamente e comente suas escolhas para referência futura.

[2] https://www.freecodecamp.org/news/vimrc-configuration-guide-customize-your-vim-editor/ [3] https://www.freecodecamp.org/news/vimrc-configuration-guide-customize-your-vim-editor/

Mapeamentos de Teclas Customizados (Key Mappings)

Uma das características mais poderosas do Vim é a capacidade de criar seus próprios atalhos de teclado, conhecidos como mapeamentos de teclas (key mappings). Isso permite que você personalize o editor para executar comandos complexos com apenas algumas teclas, otimizando seu fluxo de trabalho e reduzindo a fadiga. [4]

nnoremap, inoremap, vnoremap

Existem diferentes tipos de mapeamentos, cada um aplicável a um modo específico do Vim:

  • nnoremap: Mapeamento para o Modo Normal. n significa normal, noremap significa que o mapeamento não será recursivo (ou seja, ele não tentará expandir outros mapeamentos dentro deste). É a forma mais segura de criar mapeamentos.
  • inoremap: Mapeamento para o Modo de Inserção. i significa insert. Útil para inserir texto ou executar comandos sem sair do modo de inserção.
  • vnoremap: Mapeamento para o Modo Visual (incluindo visual de caractere, linha e bloco). v significa visual.
  • map: Mapeamento genérico que funciona em vários modos (Normal, Visual, Select, Operator-pending). Evite map em favor de noremap e suas variantes específicas de modo, a menos que você saiba exatamente o que está fazendo, para evitar recursão indesejada.

A sintaxe básica é [modo]noremap [atalho] [comando]. Por exemplo:

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nnoremap <leader>w :w<CR>

Isso mapeia <leader>w para salvar o arquivo no Modo Normal. <CR> representa a tecla Enter.

A tecla <leader> e sua configuração

A tecla <leader> é um prefixo especial que você pode definir para seus próprios mapeamentos. Isso evita conflitos com os atalhos padrão do Vim e permite que você crie um conjunto consistente de atalhos personalizados. Por padrão, a tecla <leader> é \ (barra invertida), mas a maioria dos usuários a redefine para , (vírgula) ou espaço.

Para definir sua tecla <leader>, adicione a seguinte linha ao seu .vimrc (antes de qualquer mapeamento que a utilize):

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let mapleader = ","

Agora, todos os mapeamentos que usam <leader> (como <leader>w) usarão a vírgula como prefixo.

Exemplos práticos:

Vamos ver alguns exemplos de mapeamentos úteis:

  • Salvar e sair rápido (<leader>w, <leader>q, <leader>x):

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    nnoremap <leader>w :w<CR>
    nnoremap <leader>q :q<CR>
    nnoremap <leader>x :wq<CR>
    

    Isso permite salvar, sair ou salvar e sair rapidamente sem precisar digitar os comandos completos.

  • Navegação entre janelas (Ctrl-w h,j,k,l e mapeamentos para Ctrl+setas):

    Por padrão, navegar entre janelas no Vim requer Ctrl-w seguido de h,j,k,l. Você pode simplificar isso:

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    nnoremap <C-h> <C-w>h
    nnoremap <C-j> <C-w>j
    nnoremap <C-k> <C-w>k
    nnoremap <C-l> <C-w>l
    

    Agora, você pode usar Ctrl+h, Ctrl+j, Ctrl+k, Ctrl+l para navegar entre as janelas.

  • Comentar/descomentar linhas (mapeamentos simples):

    Mapeamentos para comentar e descomentar linhas são extremamente úteis para programadores. Este exemplo simples adiciona ou remove // no início da linha no Modo Normal:

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    nnoremap <leader>cc :s/^/\/\//<CR>:noh<CR>
    nnoremap <leader>cu :s/^\/\///<CR>:noh<CR>
    

    Para um mapeamento mais robusto que funcione em Modo Visual (para comentar blocos, como vimos no Tutorial 4), você pode usar:

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    vmap <leader>cc :s/^/\/\//<CR>:noh<CR>
    vmap <leader>cu :s/^\/\///<CR>:noh<CR>
    

    Note o uso de \/\/ para escapar as barras no comando s.

[4] https://www.freecodecamp.org/news/vimrc-configuration-guide-customize-your-vim-editor/

Aliases para Comandos

Além dos mapeamentos de teclas, o Vim permite criar seus próprios comandos personalizados, que funcionam como aliases para comandos existentes ou para sequências de comandos. Isso é feito usando o comando command!. [5]

command! para criar atalhos para comandos existentes

A sintaxe básica para criar um comando é:

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command! [NomeDoComando] [Ações]
  • command!: A palavra-chave para definir um novo comando. O ! (exclamação) no final significa que o comando será sobrescrito se já existir, o que é útil para recarregar seu .vimrc sem erros.
  • [NomeDoComando]: O nome que você dará ao seu novo comando. Por convenção, nomes de comandos personalizados devem começar com uma letra maiúscula para evitar conflitos com os comandos internos do Vim.
  • [Ações]: Os comandos do Vim que serão executados quando seu novo comando for chamado.

Exemplos:

  • WQ (Salvar e Sair): O Vim tem :wq para salvar e sair, mas você pode querer um atalho mais curto ou mais fácil de digitar.

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    command! WQ wq
    

    Agora, você pode simplesmente digitar :WQ e pressionar Enter para salvar e sair.

  • Q (Sair sem Salvar): Para sair sem salvar, o comando é :q!. Você pode criar um alias mais curto.

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    command! Q q!
    

    Com isso, :Q fará o mesmo que :q!.

  • ReloadVimrc (Recarregar .vimrc): Como vimos, recarregar o .vimrc é uma tarefa comum. Você pode criar um comando para isso.

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    command! ReloadVimrc source ~/.vimrc
    

    Agora, basta digitar :ReloadVimrc para recarregar suas configurações.

  • W (Salvar): Um alias para o comando de salvar.

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    command! W w
    

    Com isso, :W fará o mesmo que :w.

Esses aliases são particularmente úteis para comandos que você usa frequentemente e que podem ter uma sintaxe um pouco mais longa ou para criar um conjunto de comandos que se encaixam melhor no seu estilo de digitação. Eles tornam o Vim ainda mais adaptável e eficiente para suas tarefas diárias.

[5] https://www.freecodecamp.org/news/vimrc-configuration-guide-customize-your-vim-editor/

Configuração de Temas e Cores

A aparência do seu editor pode ter um grande impacto na sua produtividade e conforto visual. O Vim permite personalizar completamente seu esquema de cores (colorscheme) e o fundo do editor para se adequar às suas preferências. [6]

colorscheme [nome_do_tema]

O comando colorscheme é usado para aplicar um tema de cores ao seu Vim. O Vim vem com vários temas embutidos, e muitos outros podem ser instalados via plugins ou copiando os arquivos de tema para o diretório apropriado.

Para aplicar um tema, adicione a seguinte linha ao seu .vimrc:

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colorscheme desert

Substitua desert pelo nome do tema que você deseja usar. Para ver os temas disponíveis no seu sistema, você pode listar os arquivos no diretório ~/.vim/colors/ ou usar o comando colorscheme e pressionar Tab para autocompletar os nomes dos temas.

set background=dark/light

Alguns temas de cores são projetados para fundos claros e outros para fundos escuros. O comando set background informa ao Vim qual tipo de fundo você está usando, permitindo que o tema ajuste suas cores para melhor contraste e legibilidade.

  • set background=dark: Para temas com fundo escuro.
  • set background=light: Para temas com fundo claro.

É uma boa prática definir isso antes de carregar seu colorscheme.

Exemplo no .vimrc:

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set background=dark
colorscheme gruvbox

Exemplos de temas populares (Solarized, Gruvbox, Dracula)

Existem muitos temas de cores populares na comunidade Vim. Alguns dos mais conhecidos incluem:

  • Solarized: Disponível em versões clara e escura, projetado para ser agradável aos olhos e com boa legibilidade para código.
  • Gruvbox: Um tema retrô com cores quentes e escuras, muito popular por sua estética e contraste.
  • Dracula: Um tema escuro com cores vibrantes, amplamente utilizado em vários editores de código.

Para usar esses temas, você geralmente precisará instalá-los (o que será abordado no próximo tutorial sobre plugins) ou copiar seus arquivos .vim para o diretório ~/.vim/colors/.

Instalação manual de temas (copiar para ~/.vim/colors)

Se você encontrar um tema que não é distribuído como um plugin, você pode instalá-lo manualmente. Basta baixar o arquivo .vim do tema e copiá-lo para o diretório ~/.vim/colors/ (você pode precisar criar este diretório se ele não existir).

Por exemplo, se você baixou meutema.vim, copie-o para:

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mkdir -p ~/.vim/colors
cp meutema.vim ~/.vim/colors/

Depois, você pode usá-lo no seu .vimrc com colorscheme meutema.

[6] https://www.freecodecamp.org/news/vimrc-configuration-guide-customize-your-vim-editor/

Ajustando Fontes

A escolha da fonte é um aspecto importante da personalização do seu ambiente de desenvolvimento, pois afeta diretamente a legibilidade do código. No Vim, a forma de configurar a fonte depende se você está usando o Vim no terminal (CLI) ou uma versão gráfica (GUI) como o GVim.

Configuração de fontes para GVim (set guifont)

Para versões gráficas do Vim (como GVim ou MacVim), você pode especificar a fonte e seu tamanho usando o comando set guifont no seu .vimrc. A sintaxe pode variar ligeiramente dependendo do sistema operacional, mas geralmente segue o formato Nome_da_Fonte:tamanho.

Exemplo no .vimrc (GVim):

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set guifont=Fira\ Code\ Retina:h12

Neste exemplo:

  • Fira Code Retina: É o nome da fonte. Note que espaços no nome da fonte precisam ser escapados com \.
  • :h12: Define o tamanho da fonte para 12 pontos. h significa altura (height).

Fontes monoespaçadas (monospace) são geralmente preferidas para programação, pois garantem que todos os caracteres ocupem a mesma largura, o que ajuda no alinhamento do código. Fontes como Fira Code, JetBrains Mono, Hack e Source Code Pro são populares entre os desenvolvedores e muitas delas oferecem ligaduras (font ligatures) que combinam caracteres como -> ou == em um único glifo, melhorando a legibilidade.

Considerações para fontes no terminal

Quando você usa o Vim diretamente no terminal (via ssh ou um emulador de terminal como gnome-terminal, iTerm2, Alacritty), o Vim não controla diretamente a fonte. A fonte exibida é configurada no próprio emulador de terminal. Portanto, para alterar a fonte do Vim no terminal, você precisará ajustar as configurações do seu emulador de terminal.

Certifique-se de que a fonte escolhida para o seu terminal suporte os caracteres especiais e ícones que alguns plugins do Vim (como o Vim-Airline ou NerdTree) podem usar, especialmente se você estiver usando fontes “Nerd Font” que incluem um conjunto expandido de glifos.

Personalizando a Barra de Status (Vim-Airline)

A barra de status do Vim, localizada na parte inferior da tela, fornece informações cruciais sobre o arquivo atual, o modo em que você está, e outras informações úteis. Embora o Vim tenha uma barra de status padrão, plugins como o Vim-Airline aprimoram significativamente sua funcionalidade e estética, tornando-a mais informativa e visualmente atraente.

Introdução ao Vim-Airline (instalação via gerenciador de plugins)

Vim-Airline é um plugin popular que substitui a barra de status padrão do Vim por uma versão mais rica em recursos e visualmente agradável. Ele exibe informações como o nome do arquivo, o modo atual, o tipo de arquivo, a codificação, a posição do cursor, e integra-se com outros plugins para mostrar informações do Git, status do LSP, e muito mais. [7]

A instalação do Vim-Airline, como a maioria dos plugins modernos do Vim, é feita através de um gerenciador de plugins. No próximo tutorial, abordaremos em detalhes como instalar e usar um gerenciador de plugins como o Vim-Plug. Por enquanto, saiba que, uma vez que você tenha um gerenciador de plugins configurado, adicionar o Vim-Airline é tão simples quanto adicionar uma linha ao seu .vimrc e executar um comando de instalação.

Exemplo de instalação (com Vim-Plug):

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Plug 'vim-airline/vim-airline'
Plug 'vim-airline/vim-airline-themes'

Configuração básica: set laststatus=2, let g:airline_theme

Após instalar o Vim-Airline, você pode configurá-lo no seu .vimrc:

  • set laststatus=2: Garante que a barra de status esteja sempre visível. Por padrão, o Vim só mostra a barra de status se houver mais de uma janela aberta.
  • let g:airline_theme='[nome_do_tema]': Define o tema de cores para o Vim-Airline. O Vim-Airline vem com seus próprios temas, que são diferentes dos temas de cores do Vim (colorscheme). Você pode experimentar diferentes temas para encontrar um que combine com seu colorscheme principal.

Exemplo no .vimrc:

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set laststatus=2
let g:airline_theme='powerlineish'

Funcionalidades: abas ativas, ícones especiais, informações do Git

O Vim-Airline oferece uma vasta gama de funcionalidades:

  • Abas Ativas: Se você usa abas no Vim, o Vim-Airline pode exibir as abas abertas na barra de status, facilitando a navegação.
  • Ícones Especiais: Com as fontes corretas (como as Nerd Fonts), o Vim-Airline pode exibir ícones visuais para indicar o tipo de arquivo, o status do Git, e outras informações.
  • Informações do Git: Integra-se com plugins de Git (como o vim-fugitive) para mostrar a branch atual, o status do repositório (modificações, adições, etc.) diretamente na barra de status.
  • Informações do LSP: Se você estiver usando um cliente LSP (como coc.nvim), o Vim-Airline pode exibir diagnósticos de erros e avisos.

Personalizar a barra de status com o Vim-Airline é um passo significativo para tornar seu ambiente Vim mais informativo e visualmente atraente, fornecendo feedback constante sobre o seu trabalho sem distrações.

[7] https://github.com/vim-airline/vim-airline

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